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Brasil vs Estados Unidos - Porque não prosperamos como eles.

Foto do escritor: Jean HoffmannJean Hoffmann

Planejamento financeiro e liberdade, as maiores características americanas.
Planejamento financeiro e liberdade, as maiores características americanas.

Não há o que se discutir quanto ao modelo econômico dos dois países, entendemos qual investe mais no desenvolvimento e no avanço da sua população. Mas, para que tudo isso fosse possível, foi necessário incutir uma cultura do planejamento de longo prazo, entender de economia e pensar no futuro próspero financeiramente. Obviamente que estou falando dos Estados Unidos da América.


Vamos fazer um comparativo entre a cultura de planejamento financeiro dos Estados Unidos e do Brasil. É claro que a cultura de planejamento financeiro nos Estados Unidos e no Brasil apresenta diferenças significativas, refletindo as particularidades econômicas, sociais e culturais de cada país.


Estados Unidos


Nos Estados Unidos a cultura de planejamento financeiro tem raízes profundas na história do país. Desde o século XIX, os Estados Unidos começaram a se desenvolver economicamente, e a ideia de planejamento financeiro começou a ganhar força. Alexander Hamilton, o primeiro Secretário do Tesouro dos EUA, foi um dos pioneiros ao defender um sistema econômico que promovesse o protecionismo tarifário, o industrialismo e melhorias internas financiadas publicamente.


A educação financeira é uma parte integrante do currículo escolar desde cedo. As crianças aprendem conceitos básicos de poupança, investimento e crédito, o que contribui para uma população mais consciente financeiramente. Além disso, os americanos têm uma forte cultura de investimento em ações e fundos de investimento, com muitos cidadãos participando ativamente do mercado financeiro.


A aposentadoria é outro aspecto importante do planejamento financeiro nos EUA. Muitos americanos contribuem para planos de aposentadoria privados, como o 401(k), além da previdência social. Isso reflete uma abordagem de longo prazo para a segurança financeira. O uso de crédito também é amplamente difundido, com muitos americanos utilizando cartões de crédito e empréstimos para financiar compras e investimentos.


Planejamento de Aposentadoria dos americanos


Nos Estados Unidos, o planejamento de aposentadoria é uma prioridade para muitos cidadãos. A média de idade de aposentadoria é de 64 anos para homens e 62 anos para mulheres. A maioria dos americanos utiliza planos de aposentadoria privados, além da previdência social. Em 2024, o saldo médio de um Plano Privado era de $92.142 (dólares). No entanto, 56% dos americanos dizem estar atrasados em suas economias para a aposentadoria. A expectativa de vida nos EUA é de 79,1 anos, o que significa que os americanos precisam economizar mais para garantir uma aposentadoria confortável.


Investimentos em Ações é cultural


Os americanos têm uma forte cultura de investimento em ações. Cerca de 58% dos cidadãos dos EUA possuem ações. O mercado de ações dos EUA representa 42,6% do mercado global de ações. A média de idade em que os americanos começam a economizar para a aposentadoria é de 31 anos. Além disso, muitos americanos participam ativamente do mercado financeiro, utilizando diversas ferramentas e plataformas para gerenciar seus investimentos.


Essas práticas refletem uma abordagem de longo prazo para a segurança financeira e a construção de riqueza, destacando a importância do planejamento financeiro na cultura americana.


Brasil


No Brasil, a educação financeira nas escolas ainda é limitada, embora esteja crescendo em importância. A população tende a ser mais conservadora em relação aos investimentos, preferindo opções de baixo risco, como a caderneta de poupança. A previdência social pública é a principal fonte de renda para a aposentadoria da maioria dos brasileiros, com menos ênfase em planos privados.


A previdência privada no Brasil tem se tornado uma ferramenta cada vez mais importante para o planejamento financeiro dos cidadãos. Com o aumento da expectativa de vida e as incertezas em relação à previdência social pública, muitos brasileiros estão buscando alternativas para garantir uma aposentadoria tranquila.


Atualmente, cerca de 11,2 milhões de brasileiros possuem algum plano de previdência privada. Este número representa aproximadamente 7% da população com 18 anos ou mais, refletindo a crescente conscientização sobre a necessidade de planejamento para o futuro. Em 2024, a captação líquida de previdência privada – aplicações menos resgates – alcançou R$ 60,8 bilhões, um aumento significativo de 41% em relação ao ano anterior. Esse crescimento demonstra a confiança crescente dos brasileiros na previdência privada como uma forma eficaz de poupança.


Ao final de novembro de 2024, o setor de previdência privada aberta gerenciava aproximadamente R$ 1,6 trilhão em ativos, um valor que equivale a 13,4% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Esses números demonstram a robustez e a importância crescente da previdência privada no cenário econômico nacional.


Em resumo, a previdência privada no Brasil tem se consolidado como uma solução essencial para garantir a segurança financeira na aposentadoria. Com um número crescente de participantes e aportes significativos, a previdência privada está ajudando a construir um futuro mais seguro e estável para os brasileiros.


Reserva Financeira dos Brasileiros


De acordo com uma pesquisa realizada pelo Datafolha, cerca de 67% dos brasileiros não possuem nenhuma reserva financeira para emergências. Apenas 6% dos entrevistados afirmaram ter poupança suficiente para garantir o mesmo padrão de vida por mais de um ano. Além disso, 10% dos brasileiros têm reserva para menos de 3 meses, e outros 10% têm algum valor guardado para pagar as contas no período de 3 a 6 meses. A poupança continua sendo o investimento mais tradicional e conhecido. Em 2023, 25% da população total investia na poupança, e considerando apenas a população investidora, esse percentual é de 68%.


Nos últimos anos, o número de investidores na Bolsa de Valores brasileira (B3) tem crescido significativamente. Em 2024, o número de pessoas físicas investindo em ações ultrapassou 5 milhões, um aumento expressivo em relação aos anos anteriores. Com a alta da taxa Selic, muitos investidores têm optado por títulos de renda fixa, como o Tesouro Selic e o Tesouro IPCA+, que oferecem proteção contra a inflação e rendimentos atrativos


Comparação


Uma das principais diferenças entre as duas culturas é a abordagem ao planejamento financeiro de longo prazo. Nos Estados Unidos, há uma forte ênfase no planejamento de longo prazo, incluindo a compra de imóveis e a educação dos filhos. No Brasil, o foco tende a ser mais no curto prazo, refletindo a instabilidade econômica e a necessidade de lidar com incertezas imediatas.


Outra diferença significativa é a atitude em relação ao crédito. Enquanto os americanos utilizam amplamente o crédito como uma ferramenta financeira, os brasileiros ainda enfrentam desafios devido às altas taxas de juros, motivos sempre ligados a consumo, acarretando no endividamento, e à falta de confiança no sistema de crédito que não oferece taxas diferenciadas conforme indicadores de solvência por CPF.


Ao longo do tempo, essa mentalidade de planejamento financeiro americano se consolidou, especialmente com a ascensão do capitalismo e do liberalismo econômico. A cultura de poupar, investir e planejar financeiramente a vida se tornou uma parte importante da identidade americana, influenciando gerações e moldando a maneira como as pessoas gerenciam suas finanças pessoais.


Essas diferenças refletem as particularidades econômicas e culturais de cada país, moldando a maneira como as pessoas gerenciam suas finanças pessoais. A grande pergunta que fica: Porque caminhamos para lados tão opostos?



Fontes: Brasil 247, E-investidor Estadão; infomoney; fenafisco; g1.globo; O Petroleo; CNN Brasil.

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